sexta-feira, 15 de outubro de 2010

CONGRESSO NACIONAL DA JUVENTUDE NO RIO DE JANEIRO

2º DIA DE FORMAÇÃO PARA A CONSAGRAÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM - Parte da Tarte

INDULGÊNCIAS, CÉU, PURGATÓRIO E INFERNO


INDULGÊNCIAS



I.29.1 Definição e significação das indulgências e Obtenção da indulgência de Deus pela Igreja
§1471 As indulgências A doutrina e a prática das indulgências na Igreja estão estreitamente ligadas aos efeitos do sacramento da Penitência.
QUE É A INDULGÊNCIA?
"A indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, (remissão) que o fiel bem-disposto obtém, em condições determinadas, pela intervenção da Igreja que, como dispensadora da redenção, distribui e aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações (isto é, dos méritos) de Cristo e dos santos."
"A indulgência é parcial ou plenária, conforme liberar parcial totalmente da pena devida pelos pecados." Todos os fiéis podem adquirir indulgências (...) para si mesmos ou aplicá-las aos defuntos.
§1472 AS PENAS DO PECADO Para compreender esta doutrina e esta prática da Igreja, é preciso admitir que o pecado tem uma dupla conseqüência. O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, consequentemente, nos toma incapazes da vida eterna; esta privação se chama "pena eterna" do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, acarreta um apego prejudicial às criaturas que exige purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no estado chamado "purgatório". Esta purificação liberta da chamada "pena temporal" do pecado. Essas duas penas não devem ser concebidas como uma espécie de vingança infligida por Deus do exterior, mas, antes, como uma conseqüência da própria natureza do pecado. Uma conversão que procede de uma ardente caridade pode chegar à total purificação do pecador, de tal modo que não haja mais nenhuma pena.
§1473 O perdão do pecado e a restauração da comunhão com Deus implicam a remissão das penas eternas do pecado. Mas permanecem as penas temporais do pecado. Suportando pacientemente os sofrimentos e as provas de todo tipo e, chegada a hora, enfrentando serenamente a morte, o cristão deve esforçar-se para aceitar, como urna graça, essas penas temporais do pecado; deve aplicar-se, por inicio de obras de misericórdia e de caridade, como também pela oração e por diversas práticas de penitência, a despojar-se completamente do "velho homem" para revestir-se do "homem novo".
§1474 NA COMUNHÃO DOS SANTOS O cristão que procura purificar-se de seu pecado e santificar-se com o auxílio da graça de Deus não está só. "A vida de cada um dos filhos de Deus se acha unida, por um admirável laço, em Cristo e por Cristo, com a vida de todos os outros irmãos cristãos na unidade sobrenatural do corpo místico de Cristo, como numa única pessoa mística."
§1475 Na comunhão dos santos, "existe certamente entre os fiéis já admitidos na posse da pátria celeste, os que expiam as faltas no purgatório e os que ainda peregrinam na terra, um laço de caridade e um amplo intercâmbio de todos os bens". Neste admirável intercâmbio, cada um se beneficia da santidade dos outros, bem para além do prejuízo que o pecado de um possa ter causado aos outros. Assim, o recurso à comunhão dos santos permite ao pecador contrito se purificado, mais cedo e mais eficazmente, das penas do pecado.
§1476 Esses bens espirituais da comunhão dos santos também são chamados o tesouro da Igreja, "que não é uma soma de bens comparáveis às riquezas materiais acumuladas no decorrer dos séculos, mas é o valor infinito e inesgotável que têm junto a Deus as expiações e os méritos de Cristo, nosso Senhor, oferecidos para que a humanidade toda seja libertada do pecado e chegue à comunhão com o Pai. E em Cristo, nosso redentor, que se encontram em abundância as satisfações e os méritos de sua redenção".
§1477 "Pertence, além disso, a esse tesouro o valor verdadeiramente imenso, incomensurável e sempre novo que têm junto a Deus as preces e as boas obras da Bem-aventurada Virgem Maria e de todos os santos que, seguindo as pegadas de Cristo Senhor, por sua graça se santificaram e totalmente acabaram a obra que o Pai lhes confiara, de sorte que, operando a própria salvação, também contribuíram para a salvação de seus irmãos na unidade do corpo místico."
§1478 OBTER A INDULGÊNCIA DE DEUS MEDIANTE A IGREJA A indulgencia se obtém de Deus mediante a Igreja, que, em virtude do poder de ligar e desligar que Cristo Jesus lhe concedeu, intervém em favor do cristão, abrindo-lhe o tesouro dos méritos de Cristo e dos santos para obter do Pai das misericórdias a remissão das penas temporais devidas a seus pecados. Assim, a Igreja não só vem em auxílio do cristão, mas também o incita a obras de piedade, de penitência e de caridade.
§1479 Uma vez que os fiéis defuntos em vias de purificação também são membros da mesma comunhão dos santos, podemos ajudá-los entre outros modos, obtendo em favor deles indulgências para libertação das penas temporais devidas por seus pecados.
I.29.2 Efeitos das indulgências
§1498 Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório a remissão das penas temporais, conseqüências dos pecados.
I.29.3 Indulgências a favor dos defuntos
§1032 Este ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já a Sagrada Escritura fala: "Eis por que ele [Judas Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado" (2Mc 12,46). Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos:
Levemo-lhes socorro e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai que deveríamos duvidar de que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles.
§1479 Uma vez que os fiéis defuntos em vias de purificação também são membros da mesma comunhão dos santos, podemos ajudá-los entre outros modos, obtendo em favor deles indulgências para libertação das penas temporais devidas por seus pecados.

CÉU:

C.27.8 Deus criador do céu e da terra
§212 Ao longo dos séculos, a fé de Israel pôde desenvolver e aprofundar as riquezas contidas na revelação do nome divino. Deus é único, fora dele não há deuses. Transcende o mundo e a história. Foi Ele quem fez o céu e a terra: "Eles perecem, mas tu permaneces; todos ficam gastos como a roupa... mas tu existes, e teus anos jamais findarão!" (S1102,27-28). Nele "não h mudança, nem sombra de variação" (Tg 1,17). Ele é "AQUELE QUE É", desde sempre e para sempre, e é assim que permanece sempre fiel a si mesmo e às suas promessas.
§216 A verdade de Deus é sua sabedoria que comanda toda ordem da criação e do governo do mundo. Deus, que sozinho criou o céu e a terra, e o único que pode dar o conhecimento verdadeiro de toda coisa criada em sua relação com ele.
§269 As Sagradas Escrituras professam reiteradas vezes o poder universal de Deus. Ele é chamado "o Poderoso de Jacó" (Gn 49,24; Is 1,24 e.o.), "o Senhor dos exércitos", "o Forte, o Valente" (Sl 24,8-10). Se Deus é Todo-Poderoso "no céu e na terra" (Sl 135,6), é porque os fez. Por isso, nada lhe é impossível, e Ele dispõe à vontade de sua obra; Ele é o Senhor do universo, cuja ordem estabeleceu, ordem esta que lhe permanece inteiramente submissa e disponível; Ele é o Senhor da história: governa os corações e os acontecimentos à vontade. "Teu grande poder está sempre a teu serviço, e quem pode resistir à força de teu braço?" (Sb 11,21).
§287 A verdade da criação é tão importante para toda a vida humana que Deus, em sua ternura, quis revelar a seu Povo tudo o que é útil conhecer a este respeito. Para além do conhecimento natural que todo homem pode ter do Criador, Deus revelou progressivamente a Israel o mistério da criação. Ele, que escolheu os patriarcas, que fez Israel sair do Egito e que, ao escolher Israel, o criou e o formou, se revela como Aquele a quem pertencem todos os povos da terra, e a terra inteira, como o único que "fez o céu e a terra" (Sl 115,15; 124,8; 134,3).
§290 "No princípio, Deus criou o céu e a terra" (Gn 1,1). Três coisas são afirmadas nestas primeiras palavras da Escritura: o Deus eterno pôs um começo a tudo o que existe fora dele. Só ele é Criador (o verbo "criar" - em hebraico, ''bara'' sempre tem como sujeito Deus). Tudo o que existe (expresso pela fórmula "o céu e a terra") depende daquele que lhe dá o ser.

PURGATÓRIO: 

§1030 Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu.
§1031 A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos textos da Escritura, a tradição da Igreja fala de um fogo purificador:
No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem presente século nem no século futuro (Mt 12,32). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro.
§1032 Este ensinamento apoia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já a Sagrada Escritura fala: "Eis por que ele [Judas Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado" (2Mc 12,46). Desde os primeiros tempos a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos:
Levemo-lhes socorro e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai que deveríamos duvidar de que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles.§1472 AS PENAS DO PECADO Para compreender esta doutrina e esta prática da Igreja, é preciso admitir que o pecado tem uma dupla conseqüência. O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, consequentemente, nos toma incapazes da vida eterna; esta privação se chama "pena eterna" do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, acarreta um apego prejudicial às criaturas que exige purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no estado chamado "purgatório". Esta purificação liberta da chamada "pena temporal" do pecado. Essas duas penas não devem ser concebidas como uma espécie de vingança infligida por Deus do exterior, mas, antes, como uma conseqüência da própria natureza do pecado. Uma conversão que procede de uma ardente caridade pode chegar à total purificação do pecador, de tal modo que não haja mais nenhuma pena.

INFERNO:

I.32.1 Definição do inferno
§1033 Não podemos estar unidos a Deus se não fizermos livremente a opção de amá-lo. Mas não podemos amar a Deus se pecamos gravemente contra Ele, contra nosso próximo ou contra nós mesmos: "Aquele que não ama permanece na morte. Todo aquele que odeia seu irmão é homicida; e sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele" (1 Jo 3,14-15). Nosso Senhor adverte-nos de que seremos separados dele se deixarmos de ir ao encontro das necessidades graves dos pobres e dos pequenos que são seus irmãos morrer em pecado mortal sem ter-se arrependido dele e sem acolher o amor misericordioso de Deus significa ficar separado do Todo-Poderoso para sempre, por nossa própria opção livre. E é este estado de auto-exclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados que se designa com a palavra "inferno".
§1034 Jesus fala muitas vezes da "Geena", do "fogo que não se apaga", reservado aos que recusam até o fim de sua vida crer e converter-se, e no qual se pode perder ao mesmo tempo a alma e o corpo. Jesus anuncia em termos graves que "enviar seus anjos, e eles erradicarão de seu Reino todos os escândalos e os que praticam a iniquidade, e os lançarão na fornalha ardente" (Mt 13,41-42), e que pronunciar a condenação: "Afastai-vos de mim malditos, para o fogo eterno!" (Mt 25,41).
I.32.2 Doutrina da Igreja sobre o inferno
§1036 As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja acerca do Inferno são um chamado à responsabilidade com a qual o homem deve usar de sua liberdade em vista de seu destino eterno. Constituem também um apelo insistente à conversão: "Entrai pela porta estreita, porque largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição. E muitos são os que entram por ele. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz à vida. E poucos são os que o encontram" (Mt 7,13-14): Como desconhecemos o dia e a hora, conforme a advertência do Senhor, vigiemos constantemente para que, terminado o único curso de nossa vida terrestre, possamos entrar com ele para as bodas e mereçamos ser contados entre os benditos, e não sejamos, como servos maus e preguiçosos, obrigados a ir para o fogo eterno, para as trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.
I.32.3 Inferno e aversão livre e voluntária de Deus
§1037 Deus não predestina ninguém para o Inferno; para isso é preciso uma aversão voluntária a Deus (um pecado mortal) e persistir nela até o fim. Na Liturgia Eucarística e nas orações cotidianas de seus fiéis, a Igreja implora a misericórdia de Deus, que quer "que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se" (2Pd 3,9): Recebei, ó Pai, com bondade, a oferenda de vossos servos e de toda a vossa família; dai-nos sempre a vossa paz, livrai-nos da condenação e acolhei-nos entre os vossos eleitos. 7
I.32.4 Inferno e conseqüência da rejeição eterna de Deus §1034
I.32.5 Pecado mortal causa da morte eterna
§1861 O pecado mortal é uma possibilidade radical da liberdade humana, como o próprio amor. Acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado de graça. Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso. No entanto, mesmo podendo julgar que um ato é em si falta grave, devemos confiar o julgamento sobre as pessoas à justiça e à misericórdia de Deus.

                                                                                                                               fonte: Catecismo da Igreja Católica

2º DIA DE FORMAÇÃO PARA A CONSAGRAÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM - Parte da Tarde

A NATIVIDADE, APRESENTAÇÃO, ANUNCIAÇÃO, VISITAÇÃO E PURIFICAÇÃO DE MARIA NO TEMPLO



A NATIVIDADE:
           A festividade do nascimento da Mãe de Deus tem provavelmente sua origem em Jerusalém, em meados do século V. Porque foi em Jerusalém que se manteve viva a tradição que a Virgem teria nascido junto à Porta da Piscina Probática.
Fazendo uso desta referência, encontramos citações de São João Damasceno em sua Homilia sobre a Natividade de Maria: "Hoje é o começo da salvação do mundo, porque na Santa Probática foi-nos gerada a Mãe de Deus através de quem o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, nos foi gerado." [1]
Considerado o nascimento de Maria como o início histórico da obra da Redenção, o Calendário Litúrgico Bizantino abre suas portas festejando o nascimento da Virgem: "A celebração de hoje é para nós o começo de todas as festas". [2]
Maria é apresentada pela Liturgia como a "Virgem bela e Gloriosa" que Deus amou com predileção deste a sua eternidade desde toda a Criação como sua obra-prima, enriquecida das graças mais sublimes e elevada à excelsa dignidade de Mãe de Deus e de Bem-aventurada Virgem. [3]
Segundo o espírito da Igreja, devemos celebrar a Festa da Natividade com santa Alegria, porque o nascimento de Maria é a aurora de nossa salvação. Com o seu nascimento é anunciado ao mundo a boa nova: a mãe do Salvador já está entre nós. 
Visivelmente, nenhum acontecimento extraordinário acompanhou o nascimento de Maria e os Evangelhos nada dizem sobre sua natividade. Nenhum relato de profecia, nem aparições de anjos, nem sinais extraordinários são narrados pelos Evangelistas. Só no Céu houve Festa, pois o Filho de Deus vê sua Mãe nascer. «Alegrem-se, portanto, os Patriarcas do Antigo Testamento que, em Maria, reconheceram a figura da Mãe do Messias. Eles e os justos da Antiga Lei aguardavam a séculos, serem admitidos na glória celeste pela aplicação na fé dos méritos de Cristo, o bendito fruto da Virgem Maria . Alegrem-se todos os homens porque o nascimento da Virgem veio anunciar-lhes a aurora do grande dia da libertação pela qual aspiram todos os povos. Alegrem-se todos os anjos porque neste dia foi-lhes dada pela primeira vez a ocasião de reverenciar a sua futura Rainha.» [4]
Na vida da Virgem Maria a ordinariedade dos fatos sempre lhe acompanhou. Aquela que vivia o seu cotidiano de maneira despercebida aos olhos dos homens dá à Luz o Salvador. A humildade também lhe era característica pois ela sendo Rainha apresentou-se sempre como serva obediente. 
Tem-se poucos registros históricos da cidade onde nascera Maria , mas por ser conhecida como "A Virgem de Nazaré", intui-se que foi lá que Joaquim e Ana (avós de Jesus) receberam de Deus a pequena Maria.
O mundo continuou seu curso dando importância a outros acontecimentos que depois seriam completamente esquecidos. Para Deus a grandeza dos fatos não está na proporção dos aplausos que o mundo lhe oferece, mas na serenidade de sua aceitação cumprindo a sua vontade. 
Com freqüência as coisas importantes para Deus passam despercebidas aos olhos dos homens. 
Cresceu como todas as jovens, mas se distinguia por ser toda de Deus, guardando tudo em seu coração". [5] A sua vida ,tão cheia de normalidade, ensina-nos a agir em tudo com olhos postos em Deus numa perpétua oferenda ao Senhor.
Maria é a aurora que preconiza a vinda Sol, o Sol da justiça que traz à luz aqueles que estão nas trevas do pecado.

A APRESENTAÇÃO:
Embora a Sagrada Escritura silencie o nascimento de Maria Santíssima, todavia escritores eclesiásticos nos transmitiram os nomes de seus Paes: Joaquim e Anna.
Narram também, que a Santa Menina, a pedido seu, foi levada ao templo na idade de três anos.
No templo havia um colégio para meninas pobres, que ali recebiam sólida instrução, podendo também servir a Deus com maior facilidade.
E foi isto que atraiu a Santa Menina, que amava seu Deus com amor mais ardente do que os serafins do céu; achava, portanto, delicia em habitar a casa do Senhor. 
Renunciou os carinhos da casa paterna, para se entregar toda a Deus. Que sublimidade de pensamento! O sacrifício de Maria tinha  o perfume  da mais pura intenção; este perfume subiu até o trono de agradando-lhe mais do que o incenso dos cânticos dos anjos.
Oh! Que santas orações subiram deste coração imaculado!
Jamais se tinha escutado oração tão fervorosa, tão humilde, tão santa como a que se desprendeu dos lábios inocentes desta santíssima criança.
Tudo nela era inspirado pelo puríssimo amor do seu amantíssimo coração.
Ó bela menina, santa Maria, quem me dera ser tão bom e piedoso, quem me dera ama rtanto a meu Deus como vos amastes!
Ajudai-me a amar o vosso Deus com toda a minh’alma, com todas as minhas forças, virgem Santíssima, menina sem mácula, auxiliai-me com a vossa benção.
“Tu és a rosa / do puro amor, /Suave aspirando / Celeste odor. / Do lírio níveo / o esplendor”,
Obscurece-se / Ao teu fulgor. 
A criança é a flor da humanidade. Todos lhe querem bem; todos lhe procuram a simpatia. Também nosso bom Deus ama muito as crianças.
Jesus mostrou por elas a sua predileção, quando disse: “Vinde a mim as criancinhas, por delas é o reino dos céus.” Tomou-as ao colo, abraçando-as, acariciando-as.
Por que esta predileção? Quer prendê-las ao seu coração, deseja que lhe consagrem todo o amor. Faz questão de que o amem desde cedo, e para mostrar a sua predileção pelas crianças, mandou pela santa igreja que as conduzisse bem cedo á mesa eucarística.
Fica triste quando se aproximam apenas raras vezes.
Jesus quer a flor antes que murche...Quer a infância, a mocidade, quer as primícias.
Os escritores nada contam a respeito dos anos que esta santa menina passou no templo, nada referem de seus trabalhos, estudos e piedosas praticas.
Seria supérfluo, pois sabemos perfeitamente que ela observou escrupulosamente, todo o regulamento, viveu em verdadeira e perfeita submissão ás suas mestras.Mantinha sempre, cordial afeição e absoluta harmonia com as suas companheiras. Sempre afável e sempre delicada com todos!
A ANUNCIAÇÃO: 
Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura ininterruptamente, a partir do consentimento que ela fielmente prestou na anunciação, que sob a cruz resolutamente manteve, até a perpétua consumação de todos os eleitos. Assunta aos céus, não abandonou este múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvação eterna. (...) Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os títulos de advogada, auxiliadora. protetora, medianeira.''
A partir do consentimento dado na fé por ocasião da Anunciação e mantido sem hesitação sob a cruz, a maternidade de Maria se estende aos irmãos e às irmãs de seu Filho "que ainda são peregrinos e expostos aos perigos e às misérias". Jesus, o único Mediador, é o Caminho de nossa oração; Maria, sua Mãe e nossa Mãe, é pura transparência dele. Maria "mostra o Caminho" ("Hodoghitria"), é seu "sinal" conforme a iconografia tradicional no Oriente e no Ocidente.
.
A VISITAÇÃO:
Com esta saudação, a idosa Isabel exalta a jovem parenta Maria, que foi, humilde e pudica, apresentar-lhe os seus serviços. Sob o impulso do Espírito Santo, a mãe do Baptista começa por proclamar, na história da Igreja, as maravilhas que Deus operou na jovem de Nazaré, e vê plenamente realizada em Maria a bem-aventurança da fé, porque ela acreditou no cumprimento da palavra de Deus.
No encerramento do mês de Maria, nesta esplêndida noite romana, junto da gruta de Lurdes, devemos reflectir, Irmãs e Irmãos caríssimos, na que foi a atitude interior e fundamental da Virgem Santíssima para com Deus: na sua fé. Maria acreditou! Acreditou nas palavras do Senhor, transmitidas pelo Anjo Gabriel; o seu coração puríssimo, já completamente consagrado a Deus desde a infância, dilatou-se na Anunciação no «Fiat» generoso, incondicionado, com que Ela aceitou tornar-se a Mãe do Messias e Filho de Deus: desde aquele momento, inserindo-se Ela ainda mais profundamente no plano de Deus, far-se-á conduzir pela mão da misteriosa Providência e, durante toda a vida, radicada na fé, seguirá espiritualmente o seu Filho, tornando-se a sua primeira «discípula» perfeita e realizando quotidianamente as exigências de tal seguimento segundo as palavras de Jesus: Quem não toma a sua cruz para vir após Mim, não pode ser Meu discípulo (Lc. 14, 27).
Assim Maria avançará por toda a vida na «peregrinação da fé» (Cfr. Const. dogm. Lumen Gentium, 58), enquanto o seu dilectíssimo Filho, incompreendido, caluniado, condenado e crucificado Lhe traçará, dia após dia, um caminho doloroso, premissa necessária para aquela glorificação, cantada no «Magnificat»: todas as gerações me hão-de chamar ditosa (Lc. 1, 48). Mas antes, Maria deverá subir, também ela, ao Calvário, para assistir, dolorosa, à morte do seu Jesus.
2. A festa da Visitação apresenta-nos outro aspecto da vida interior de Maria: a sua atitude de humilde serviço e de amor desinteressado por quem se encontra em necessidade. Ela acaba de saber do Anjo Gabriel o estado da sua parenta Isabel, e imediatamente se põe em viagem para a montanha, a fim de chegar «depressa» a uma cidade da Judeia, a actual «Ain Karem». O encontro das duas Mães é também o encontro entre o Precursor e o Messias, que, pela mediação da sua Mãe, começa a operar a salvação fazendo saltar de alegria João o Baptista ainda no seio da mãe.
Ninguém jamais viu a Deus; se nos amarmos uns aos outros, Deus está em nós ... Dele temos este mandamento: quem ama a Deus, ame também a seu irmão (1 Jo. 4, 12.21), dirá São João o evangelista. Mas quem, melhor do que Maria, tinha posto em prática esta mensagem? E quem, senão Jesus, que Ela trazia no seio, a impelia, a incitava, a inspirava a esta contínua atitude de serviço generoso e de amor desinteressado para com os outros? O Filho do Homem... não veio para ser servido, mas para servir (Mt. 20, 28), dirá Jesus aos seus discípulos; mas a sua Mãe já tinha realizado perfeitamente esta atitude do Filho. Ouçamos de novo o célebre comentário, cheio de unção espiritual, que Santo Ambrósio faz da viagem de Maria: «Feliz de realizar o seu desejo, delicada no seu dever, dedicada na sua alegria, apressou-se em direcção da montanha. Para onde, senão para o alto, devia tender Aquela que já estava repleta de Deus? A graça do Espírito Santo não conhece obstáculos, que demorem o passo» (Expositio Evangelii secundum Lucam, II, 19: CCL 14, pág. 39).
E se reflectirmos com particular atenção sobre a passagem da Carta aos Romanos, ouvida há pouco, damo-nos conta de que brota dela uma imagem eficaz do comportamento de Maria Santíssima, para a nossa edificação: a sua caridade não teve fingimentos; amava profundamente os outros; fervorosa no espírito, servia o Senhor; alegre na esperança; forte na tribulação, perseverante na oração; solícita pelas necessidades dos irmãos (Cfr. Rom. 12, 9-13).
3. «Alegre na esperança»: a atmosfera que invade o episódio evangélico da Visitação é a alegria: o mistério da Visitação é um mistério de alegria. João Baptista exulta de alegria no seio de Santa Isabel; esta, cheia de alegria pelo dom da maternidade, prorrompe em bênçãos ao Senhor; Maria eleva o «Magnificat», hino todo repleto da alegria messiânica.
Mas qual é a misteriosa fonte escondida de tal alegria? É Jesus, que Maria já concebeu nor obra do Esnírito Santo, e que já começa a derrotar aquilo que é a raiz do medo, da angústia e da tristeza: o pecado, a mais humilhante escravidão para o homem.
Esta noite celebramos juntos o encerramento do mês mariano de 1979. Mas o mês de Maio não pode terminar; deve continuar na nossa vida, porque a veneração, o amor e a devoção a Nossa Senhora não podem desaparecer do nosso coração, pelo contrário devem crescer e exprimir-se num testemunho de vida cristã, modelada pelo exemplo de Maria, «o nome da bela flor que eu sempre invoco / de manhã e à noite» como canta o poeta (Dante Alighieri DANTE ALIGHIERI, A Divina ComédiaParaíso XXIII, 88).
Ó Virgem Santíssima, Mãe de Deus, Mãe de Cristo, Mãe da Igreja, olha-nos clemente nesta hora!
Virgo Fidelis, Virgem fiel, pede por nós! Ensina-nos a crer como creste tu! Faz que a nossa fé em Deus, em Cristo e na Igreja, seja sempre límpida, serena, corajosa, forte e generosa.
Mater Amabilis, Mãe digna de amor! Mater Pulchrae dilectionis, Mãe do amor formoso, pede por nós! Ensina-nos a amar a Deus e aos nossos irmãos, como tu os amaste: faz que o nosso amor para com os outros seja sempre paciente, benigno e respeitoso.
Causa nostra letitiae, Causa da nossa alegria, pede por nós! Ensina-nos a saber colher, na fé, o paradoxo da alegria cristã, que nasce e floresce do sofrimento, da renúncia, da união com o teu Filho crucificado: faz que a nossa alegria seja sempre autêntica e plena, para a podermos comunicar a todos!
Amém!

A PURIFICAÇÃO: 
Maria, executou sua parte no Plano da Salvação, seguindo todos os ensinamentos para que tudo se cumprisse conforme a vontade do Criador, de acordo com as Sagradas Escrituras.

As mulheres dessa época eram consideradas impuras após o parto. Eram afastadas durante alguns dias do convívio social e das atividades religiosas no Templo. Passado o resguardo a mãe e a criança deveriam ir ao Templo. Ela para ser "purificada" conforme a Lei, a criança para ser apresentada ao Senhor.

No tempo determinado, a Sagrada Família foi ao Templo para a apresentação do Menino Jesus, à Deus-Pai. Maria na sua infinita humildade submeteu-se à cerimônia da purificação. Por este motivo, para demonstrar o grande respeito e carinho à Santíssima Virgem, os primeiros cristãos passaram a comemorar o dia da Purificação de Maria, em 02 de fevereiro.

O Papa Gelásio, que governou a Igreja entre 492 e 496, acabou instituindo para toda a cristandade esta procissão noturna dedicada à Mãe Santíssima. O trajeto, que representa o primeiro caminho percorrido pela Sagrada Família, deve ser todo iluminado por candeias, ou candelárias, e os fiéis carregam nas mãos velas acesas, entoando hinos em louvor à Maria. Dessa antiga tradição, veio o título de Nossa Senhora das Candeias, ou da Candelária.

A festa de Nossa Senhora da Purificação é uma das mais antigas do catolicismo. Mas esse dia de luz tem um enfoque todo especial para o corpo da Igreja. É que em geral, religiosos e religiosas o escolhem para pronunciar seus votos solenes de castidade, pobreza e obediência, para consagrar e colocar suas vidas à serviço do Senhor. A escolha dessa data. 

1º DIA DE FORMAÇÃO PARA A CONSAGRAÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM - Parte da Manhã

AS VIRTUDES DE MARIA


Se queres ser devoto de Maria, você precisa saber imita-la! A perfeita consagração consiste na imitação das virtudes de Nossa Senhora. E para imita-la é preciso conhece-la. 


1ª VIRTUDE DE MARIA : A HUMILDADE 
Os santos dizem que ser humilde é colocar-se no chão. O lugar de Deus é o Céu, o nosso é o chão. Não há como não ser humilde se não morrermos em nós mesmos. Maria encontrou graça diante de Deus a partir do momento em que ela se pôs no chão ao humilhar-se ao anjo. A humildade é a base de todas as virtudes. Pela humildade Nossa Senhora foi elevada acima de todas as criaturas. "O que o diabo perdeu por orgulho, Maria o mereceu por humildade".


2ª VIRTUDE DE MARIA: A FÉ VIVA

Foi pela sua fé que Maria foi proclamada bem-aventurada por sua prima Isabel. Na Paixão de Jesus, os discípulos foram tomados por dúvidas e somente a Virgem Maria se manteve firme na fé, diz Santo Alberto, o Grande. «A fé é um dom de Deus e, ao mesmo tempo, uma virtude».
Nossa Senhora: Viu Jesus no estábulo de Belém e acreditou que era o Filho de Deus;  Viu-O nascer no tempo e acreditou que Ele é eterno; Viu-O finalmente maltratado,  crucificado e creu que Ele realmente tinha todo poder.  Maria reconhecia acima de si Deus, como único incapaz de se enganar ou nos enganar.
Forma que devemos agir nesta virtude :
Compreendamos  que o homem não pode de si mesmo crer e confiar em Deus.  Isto é: por si só. O homem, sem o auxílio divino nunca terá fé, porque a fé é um Dom de Deus.

Somente quem conhece Jesus conhece também o Pai. Por isso devemos ouvir a palavra de Jesus Cristo, que é o Evangelho, e nas nossas orações sempre meditar e pensar na sua vida, paixão, morte e ressurreição. Foi a Santa Igreja Católica que recebeu de Deus autoridade para nos ensinar tudo aquilo que Deus nos revelou. Devemos obedecer à Igreja, seguir seus mandamentos, doutrina, no catecismo e nas leituras. Devemos participar de encontros, ouvindo atentamente  o palestrante, como também participar da Santa Missa atentos a homília do padre.



3ª VIRTUDE DE MARIA: A OBEDIÊNCIA CEGA 


Na vida de Nossa Senhora:
O Cristo nos deu este mandamento: amarás o Senhor Deus de todo o teu coração e a teu próximo como a ti mesmo. Maria, Mãe dos patriarcas,  cumpriu plenamente este duplo preceito.

Santo Irineu  dizia que a Virgem Maria , tornou-se através de sua obediência, a origem da salvação, tanto para  si mesma quanto para  toda a raça humana.

Durante toda a vida Nossa Mãezinha respeitava e obedecia  as autoridades, pois sabia que toda a autoridade vem de Deus.
Forma que devemos agir nesta virtude :
O Catecismo da Igreja Católica  indica que a obediência é a  livre submissão à palavra escutada, cuja verdade está garantida por Deus, que é a Verdade em si mesma.
Esforcemos-nos para obedecer a requisitos ou a proibições. A  subordinação da vontade a uma autoridade, o acatamento de uma instrução, o cumprimento de um pedido o a abstenção de algo que é proibido, nos faz  crescer. A figura da autoridade que merece obediência pode ser,  uma pessoa ou uma comunidade, mas também uma idéia convincente  ou uma doutrina.  É verdade que o superior deve exercer sua  autoridades,  apenas  como um servo de Deus, não contrariando seus princípios em mentira, roubo ou blasfêmias. Que rezemos pelos superiores.
4ª VIRTUDE DE MARIA: A CONTÍNUA ORAÇÃO
Na vida de Nossa Senhora:
Nossa Senhora em suas aparições sempre nos exortou a respeito da oração. As coisas irão bem se reza e irão mal se não se reza.
Maria de Deus engrandeceu ao Senhor não só com palavras, mas com a alma. Ora em espírito e em verdade no encontro com sua prima. Minha alma glorifica ao Senhor. Esta foi uma das frases de Nossa Senhora. Mas havia um sentido. Ela experimentou a presença do Altíssimo em seu interior. Ela reconhecia, era grata e  queria retribuir tudo ao seu Senhor .
Nas Bodas, além Dela demonstrar sua confiança na  oração de pedido, fez com que os discípulos também acreditassem. Estes discípulos no cenáculo também recorreram à oração de Maria na vinda do Espírito Santo.
Forma que devemos agir nesta virtude :
A Continua Oração vai desde uma oração ordinária, pouco exigente, como: as jaculatórias,   oração ao se acordar e ao dormir, ainda quando se está na mesa,  mas deve se estender em vida. Entenda como um “espírito de oração”.  É uma vida interior no exercício da presença de Deus.
Jesus, no Evangelho, diz-nos que devemos rezar sempre; o que significa estarmos como que revestidos do espírito de oração, tal como o hábito reveste o corpo.
Saibamos cumprir a vontade de Deus a cada momento e  aproveitar o nosso tempo, lembrando-nos das palavras de São Paulo:
"Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai". (Cl 3,17).



5ª VIRTUDE DE MARIA: A MORTIFICAÇÃO UNIVERSAL
Na vida de Nossa Senhora:
Muitos recorrem às mortificações, como uma virtude, que faz reparar uma ofensa feita a Deus com o pecado. Contudo atos penitencias, podem ser praticados em favor de si ou  dos outros. Maria Santíssima teve uma vida de sacrifícios  por nossas culpas, para que tivéssemos a salvação. Suas primeiras penitencias, era cumprir fielmente os próprios  deveres de Mãe de Deus, já que, fazer outras omitindo estas, seria secundário, ignorando o principal .

Nossa Mãe revela em Fátima:

«Muitas almas vão para o inferno, porque não tem quem se sacrifique e ore por elas»

Haverá mãe, que amou a seu filho, mais que Maria amou a Jesus? Era-lhe Jesus, Filho e Deus ao mesmo tempo, e Ela na força divina foi capaz de entregá-lo aos braços do Espírito.

A Imaculada Conceição no caminho do calvário  teve de ouvir injúrias contra seu Amadíssimo Jesus. Que martírio lhe não causou a vista dos cravos, dos martelos, das cordas, dos  instrumentos da morte do Filho!
 
Forma que devemos agir nesta virtude :
A mortificação é  uma antiga prática cristã que consiste em realizar um sacrifício mental, que é interior, quando  se refere ao sacrifício no âmbito da inteligência e da vontade. Ou  pode ser físico, que é corporal pois se  refere ao sacrifício dos sentidos. Ambas as finalidades por amor a Deus com o objetivo de se unir à paixão e à cruz de Jesus Cristo e assim,  participar da Redenção.  São João da Cruz sobre isto escreveu: «Jamais, se queres chegar a possuir a  Cristo, o busque sem a cruz.» 

É um meio de ajudar as pessoas a levar vidas virtuosas e santas. 

É necessário fugir do excesso de conforto e prazeres e, na medida do possível, oferecer  alguns sacrifícios a Deus, seja no comer, (renunciar de algum alimento que se tenha preferência ou simplesmente esperar alguns instantes para beber água quando se tem sede), nas diversões (televisão principal men te), nos desconfortos que a vida oferece (calor, trabalho, etc.), sabendo suportar os outros, tendo paciência em tudo. 

É indispensável sorrir quando se está cansado, terminar uma tarefa no horário previsto, ter presente na cabeça problemas ou necessidades daquelas pessoas que nos são caras e não só os próprios.
6ª VIRTUDE DE MARIA: A PUREZA DIVINA 
Na vida de Nossa Senhora:
Esta  preciosa  virtude leva o homem até o céu, pela semelhança que ela dá com os anjos, e com o próprio Jesus Cristo. Dizei-me, então, o que significa a Assunção de Nossa Senhora.
O esplendor da  Virgindade da Mãe de Deus, fez dela a criatura mais radiosa que se possa imaginar. O dogma de fé na Virgindade Perpétua na alma e no corpo de Maria Santíssima, envolve a concepção Virginal de Jesus por obra do Espírito Santo, assim como sua  maternidade virginal.
Para resgatar o mundo, Cristo  tomou o  corpo isento do pecado original, de  Maria de Nazaré. Constatamos que, a  Virgem Santa fazia tanto questão de sua pureza, que Ela não queria consentir em ser Mãe de Deus antes que o anjo lhe tivesse assegurado que Ela não a perderia. Mas, tendo lhe dito o anjo que, tornando-se Mãe de Deus, bem longe de perder , seria ainda mais pura e mais agradável a Deus.
Na aparição de Fátima, Nossa Senhora disse que os pecados que mais mandam  almas para o inferno, são os pecados impuros. Não que estes sejam os mais graves, mais os mais freqüentes. Não imaginemos  Nossa Senhora  como uma «santinha ingênua e alienada», que não conhece nada da vida.
Forma que devemos agir nesta virtude :
Os  olhos são os espelhos da alma. Quem usa seus olhos para explorar o corpo do outro com malícia perde a pureza. Assim, coloque seus olhos  em contemplar os olhos de Deus, por exemplo na Eucaristia, e receba a luz que santifica.
Os casados são chamados a uma castidade conjugal  que é um dever de todos os esposos cristãos. Nem tudo que um casal  pode fazer, convêm!  Satanás, vem entrando no lar, sem ser visto, como nos contraceptivos, nos abortos depois levando ao divórcio

"A pílula anticoncepcional vem do Inferno, dizia Pe. Pio, e quem usa comete pecado mortal". E ainda: "Para todo bom casamento o número dos filhos é estabelecido por Deus e não pela vontade dos esposos", e ainda: "Quem está na estrada do divórcio, está na estrada no Inferno". Pior ainda para quem cometer o crime do aborto!!! Que abram bem os olhos os esposos cristãos! Profanar o sacramento do matrimônio nunca acontecerá sem castigos e maldições sobre as famílias. Se lembrem bem que com Deus não se brinca! (cf. Gl 6,7).
7ª VIRTUDE DE MARIA: A ARDENTE CARIDADE
Na vida de Nossa Senhora:  
Não devemos amar nossas fraquezas, nossos pecados, mas sim aquilo que em nós manifesta a grandeza e a bondade de Deus.

É claro que só coisas boas, brotavam no coração de Nossa Senhora. Isto a fez a mais recheada na virtude da caridade. A vida da Rainha dos Anjos, já refletia esta dom. Ela se entregou ao serviço do templo, desde aproximadamente seus três anos, e nesta ocasião, já estava pronta  e sem reserva. Ela amou em  intensidade e duração a Deus, e por Ele, nunca deixou de amar os filhos que recebera na cruz. O amor por Deus e pela humanidade traspassou de tal modo sua alma, que não ficou parte alguma em seu ser que não tivesse se doado inteiramente à causa divina. Sua caridade chegou ao ponto, de nos do ar Jesus, seu Divino Filho.
Forma que devemos agir nesta virtude :
A Caridade é um sentimento, mas também uma ação  de ajudar o próximo sem buscar qualquer tipo de recompensa. Amor ao próximo; bondade; benevolência; compaixão. Não deixa de ser, dar esmola, mas deve ir  muito além da esmola material. Deve-se dar atenção a família. Diz respeito ao  trato com as pessoas da comunidade.

A caridade é doar-se, assim como Maria se doou, assim como Jesus, enquanto homem, entregou-se aos algozes para que se cumprisse o plano de Redenção. Daí a caridade ser a essência do cristianismo e deve ser, portanto, a marca de todo católico.
8ª VIRTUDE DE MARIA: A PACIÊNCIA

Na vida de Nossa Senhora:
Paciência é a virtude que se busca manter o controle emocional equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo.

É certo pedir a intercessão  a Rainha dos Mártires para obter a paciência,  pois Ela viveu com a espada transpassada em seu coração, mas soube aceitar com paciência heróica este punhal em sua alma. Nossa Mãe soube suportar, com resignação e tranqüilidade, todos os incômodos, sofrimentos e dores permitidas por Deus, durante sua vida.

Muitos momentos estressastes, de fadiga e de angústia, Ela passou como prova de seu abandono em Deus. Na gravidez, em Belém, no Egito, no momento que havia perdido Cristo aos 12 anos...Vendo Jesus, na cruz com sede, todo ensangüentado. A tolerância, de Nossa Senhora é surpreendente. Ela nunca perdeu o  respeito, mesmo para quem confessava não acreditar no seu Filho.

A Nossa Mãe, que é a Mãe da Igreja tem a capacidade de persistir, de aguardar em paz aquilo, que ainda não se tenha obtido, acreditando que  irá conseguir, pela espera em Deus.
 Forma que devemos agir nesta virtude :
Temos a  capacidade de ouvir alguém, com calma, com atenção, sem ter pressa?
Ser paciente não é só  ser educado, é  saber agir com calma, liberto da ansiedade. A paciência também é uma caridade quando praticada nos relacionamentos interpessoais.

Quando você percebe que a impaciência vem chegando,  você procura falar primeiro com Deus, ou com as pessoas envolvidas na situação? Numa  crise de impaciência, você grita, ou faz o esforço de se calar?

As vezes é melhor sair,  de perto  do atrito,  e de rezar bem devagar alguma oração, como por exemplo o Pai-Nosso ...seja feita a vossa vontade..., perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido...e já com a alma mais tranqüila, poderemos discernir o que nos convém fazer. Espere pelo dia seguinte, ou mais tempo ainda.

Devemos nos propor, firmemente não nos queixarmos da saúde, do calor ou do frio, do abafamento no ônibus lotado, do tempo que levamos sem comer nada...
Temos que renunciar, frases típicas, que são ditas pelos impacientes: “Você sempre faz isso!”, “De novo, mulher, já é a terceira vez que você...!”, “Outra vez!”, “Já estou cansado”.

O transito é campeão onde as pessoas perdem a paciência. Por isto evite, buzinar na rua quando alguém reduz a marcha do veículo e estaciona inopinadamente; nunca olhe para a cara do “agressor”, do motorista “barbeiro”. Continue serenamente o seu percurso sem ficar sabendo se era homem ou mulher, jovem ou velho: vai ver que é difícil ficar com raiva de uma sombra indefinida; e se, além disso, passada a primeira reação, se lembra de rezar ao Anjo da Guarda por ele/ela, para que se torne mais prudente, mais hábil .


9ª VIRTUDE DE MARIA: A DOÇURA ANGÉLICA 
Na vida de Nossa Senhora:
Se a doçura não tivesse feito parte da vida de Nossa Senhora, não poderíamos invocá-la como Augusta  Rainha dos Anjos. Ser angélico, é uma característica própria do anjo, por ser puríssimo e imaculado. Contudo, a Virgem Maria, enquanto criatura, também foi constituída de tais graças. Ela recebeu o poder e a missão de esmagar a cabeça de Satanás. Ela pode clamar as Legiões Celestes, que estão às Vossas ordens, para  perseguirem e combaterem os demônios por toda a parte, precipitando-os no abismo.
A Mãe de Deus é para todos os homens a doçura. Com Ela e por Ela, não temos temor. Ela é nossa Mãe plena de doçura. Por isso São Luís de Montfort lembra que, se Jesus é nosso Redentor e nosso apoio, ela, por ser nossa mãe, será sempre nossa força.  ( Vós sois, ó Virgem Mãe,. depois de Deus, o meu apoio).
 
Forma que devemos agir nesta virtude :
Entendamos a doçura é uma coragem sem violência, uma força sem dureza, um amor sem cólera.  A doçura é antes de tudo uma paz, real ou desejada. É o contrário da guerra, da crueldade, da brutalidade, da agressividade, da violência… Mesmo havendo angústia e  sofrimento, pode haver doçura. , mas sempre desprovida de ódio, de dureza, de insensibilidade…
Devemos então, por doçura, pregar a não violência. Entretanto,  lembre-se..."Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares". (Ef 6,12)

10ª VIRTUDE DE MARIA: A ESPERANÇA

"A esperança pela qual Nossa Senhora tendia a possuir Deus que Ela ainda não via, era uma perfeita confiança que se apoiava, não sobre si mesma, mas sobre a misericórdia divina e a onipotência auxiliadora. Este fundamento Lhe dava uma certeza firmíssima, que aumentava pelas inspirações do dom de piedade, com os quais o Espírito Santo dá testemunho ao nosso espírito, de que somos filhos de Deus (Rom. VIII, 16).

"Esta certeza da esperança era tanto maior em Maria, quanto era Ela confirmada em graça, preservada de toda falta e, portanto, de todo desvio, seja o da presunção, seja o da depressão e da falta de confiança em Deus.

"Esta esperança perfeita Ela a exerceu quando, em sua juventude, teve o ardente desejo da vinda do Messias, quando O pedia para a salvação dos povos; em seguida, quando esperava que o segredo da concepção virginal do Salvador fosse manifestado a José seu esposo; quando Ela precisou fugir para o Egito; mais tarde, no Calvário, quando tudo parecia perdido e Ela esperava a completa e próxima vitória do Cristo sobre a morte, como Ele mesmo o havia anunciado. Sua confiança sustenta a dos Apóstolos no meio de suas lutas incessantes pela difusão do Evangelho e conversão do mundo pagão.

1º DIA DA FORMAÇÃO PARA A CONSAGRAÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM - Parte da Noite

A SANTA MISSA - TESTEMUNHO DE CATALINA

          Na maravilhosa catequese com a qual o Senhor e a Virgem Maria nos têm instruído
- em primeiro lugar mostrando-nos o modo de rezar o Santo Rosário, de rezar com o
coração, de meditar e desfrutar os momentos de encontro com Deus e com nossa Mãe
bendita; a maneira de se confessar bem - está a do conhecimento do que acontece na
Santa Missa e o modo de vivê-la com o coração.
Este é o testemunho que devo e quero dar ao mundo inteiro, para maior Glória de
Deus e para a salvação de todo aquele que queira abrir seu coração ao Senhor. Para
que muitas almas consagradas a Deus reavivem o fogo do amor a Cristo - as que são
donas das mãos que têm o poder de trazê-Lo à terra para que seja nosso alimento, e
as outras, para que percam o “costume rotineiro” de recebê-Lo e revivam o assombro
do encontro cotidiano com o amor. Para que meus irmãos e irmãs leigos do mundo
inteiro vivam o maior dos Milagres com o coração: a celebração Eucarística.

          Era a vigília do dia da Anunciação e os componentes do nosso grupo tínhamos
ido confessar. Algumas das senhoras do grupo de oração não conseguiram fazê-lo
e deixaram sua confissão para o dia seguinte, antes da Santa Missa.
Quando cheguei no dia seguinte à igreja, um pouco atrasada, o senhor
Arcebispo e os sacerdotes já estavam saindo do presbitério: Disse a Virgem com
aquela voz tão suave e feminina que imediatamente enche a alma de doçura:
“Hoje é um dia de aprendizagem para ti e quero que prestes muita atenção,
porque do que fores testemunho hoje, tudo o que viveres neste dia, terás que dar a
conhecer à humanidade”.
Fiquei surpresa e sem compreender, mas procurando estar bem atenta. A
primeira coisa que percebi é que havia um coro de vozes muito belas que
cantavam como se estivessem longe, aproximando-se às vezes, e logo se afastava a
música como se fosse com o barulho do vento.
O senhor Arcebispo começou a Santa Missa e, ao chegar a Oração
Penitencial, disse a Santíssima Virgem:
“Do fundo de teu coração, pede perdão ao Senhor por todas as tuas culpas, por
tê-Lo ofendido, assim poderás participar dignamente deste privilégio que é assistir à
Santa Missa.”
Certamente que por uma fração de segundo pensei: “Mas se estou na Graça de
Deus, pois acabo de me confessar a noite passada”.
Ela replicou: “E crês que desde a noite passada não ofendeste ao Senhor?
Deixa-me que te recorde algumas coisas. Quando saías para vir aqui, a moça que
te ajuda se aproximou para te pedir algo e, como estavas atrasada, com pressa, não
respondeste de bom modo. Isso foi uma falta de caridade de tua parte e dizes não
ter ofendido a Deus?...”
“No caminho para cá, um ônibus atravessou o teu caminho, quase se chocando
contigo, e te expressaste de modo pouco conveniente contra o pobre homem, em
lugar de vires fazendo tuas orações, preparando-te para a Santa Missa. Faltaste
com a caridade e perdeste a paz, a paciência. E dizes não ter ferido o Senhor?”
“Chegas no último minuto, quando a procissão dos celebrantes está saindo para
celebrar a Missa... e vais participar dela sem uma preparação prévia...”
– Ah, minha Mãe, não me digais mais, não me recordeis mais coisas porque
morrerei de pesar e vergonha – respondi.
“Por que tendes que chegar no último minuto? Deveríeis estar antes para poder
fazer uma oração e pedir ao Senhor que envie Seu Espírito Santo, que vos dê um
espírito de paz que lance para fora o espírito do mundo, as preocupações, os
problemas e as distrações para serdes capazes de viver este momento tão sagrado.
Mas chegais quase ao começar da celebração, e participais como se participásseis
de um evento qualquer, sem nenhuma preparação espiritual. Por quê? É o maior
Milagre, Ides viver o momento do maior dom da parte do Altíssimo e não sabeis
apreciar.”
Era bastante. Sentia-me tão mal que tive mais do que o suficiente para pedir
perdão a Deus, não somente pelas faltas desse dia, mas por todas as vezes em que,
como muitíssimas outras pessoas, esperei que terminasse a homilia do sacerdote
para entrar na igreja. Pelas vezes que não soube ou me neguei a compreender o
que significava estar ali, pelas vezes que talvez tendo minha alma cheia de pecados
mais graves, tinha me atrevido a participar da Santa Missa.
Era dia de Festa e se devia recitar o Glória. Disse Nossa Senhora: - “Glorifica e
bendiz com todo o teu amor à Santíssima Trindade em reconhecimento como Sua
criatura”.
Como foi diferente aquele Glória! Logo me vi em um lugar distante, cheio de luz
ante a Presença Majestosa do Trono de Deus, e com todo amor fui agradecendo
ao repetir: “...Senhor Deus, rei dos céus, Deus Pai Todo-Poderoso: nós Vos
louvamos, nós Vos bendizemos, nós Vos adoramos, nós Vos glorificamos, nós Vos
damos graças por Vossa imensa Glória. (e evoquei o rosto paterno do Pai, cheio
de bondade...) Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, Senhor Deus, Cordeiro de
Deus, Filho de Deus Pai...” e Jesus estava diante de mim, com esse Rosto cheio de
ternura e Misericórdia: “...Só Vós sois o Santo, só Vós, o Senhor, só Vós, o
Altíssimo, Jesus Cristo, com o Espírito Santo...” o Deus do formoso Amor, Aquele
que neste momento estremecia todo o meu ser...
E pedi: “Senhor, libertai-me de todo mau espírito; meu coração Vos pertence,
Senhor meu. Enviai-me Vossa paz para conseguir tirar o melhor proveito desta
Missa e que minha vida dê seus melhores frutos. Espírito Santo de Deus,
transformai-me, agi em mim, guiai-me. Oh Deus, dai-me os dons de que necessito
para Vos servir melhor...!”
Chegou o momento da Liturgia da Palavra e a Virgem me fez repetir:
“Senhor, hoje quero escutar Vossa Palavra e produzir abundantes frutos, que o
Vosso Santo Espírito limpe o terreno de meu coração, para que Vossa Palavra
cresça e se desenvolva; purificai meu coração para que esteja bem disposto.”
“Quero que estejas atenta às leituras e a toda a homilia do sacerdote. Recorda
que a Bíblia diz que a Palavra de Deus não volta sem ter dado fruto. Se estiveres
atenta, ficará algo em ti de tudo o que escutares.
Deves tratar de lembrar-te o dia todo essas Palavras que deixaram marca em ti.
Serão por vezes duas frases, logo será a leitura inteira do Evangelho, talvez uma só
palavra; saboreia o resto do dia e isso ganhará carne em ti porque essa é a forma
de transformar a vida, fazendo com que a Palavra de Deus te transforme
totalmente”.
“E agora, diz ao Senhor que estás aqui para escutar o que Ele quiser dizer hoje
ao teu coração”.
Novamente agradeci a Deus por me dar a oportunidade de ouvir Sua Palavra e
Lhe pedi perdão por ter tido o coração tão duro por tantos anos, e por ter
ensinado a meus filhos que deviam ir à Missa aos domingos porque assim a Igreja
mandava, não por amor, por necessidade de encher-se de Deus...
Eu que havia assistido a tantas Celebrações, mais por compromisso; e com isso
acreditava estar salva. Vivê-la, nem sonhar; prestar atenção às leituras e à homilia
do sacerdote, muito menos.
Quanta dor senti por tantos anos de perda inútil, por minha ignorância! Quanta
superficialidade nas Missas a que assistimos porque é um casamento, uma Missa
por um defunto ou porque temos que ser vistos com a sociedade! Quanta
ignorância sobre nossa Igreja e sobre os Sacramentos! Quanto desperdício em
querer instruir-nos e sermos cultos nas coisas do mundo, que em um momento
podem desaparecer sem ficarmos com nada, e que no final da vida não nos
servem nem para aumentar em um minuto a nossa existência! E no entanto,
daquilo que nos vai dar um pouco do céu na terra, e portanto a vida
eterna, nada sabemos. E nos consideramos homens e mulheres cultos!...
Um momento depois chegou o Ofertório e a Santíssima Virgem disse “Reza
assim: (e eu a acompanhava) «Senhor, eu Vos ofereço tudo o que sou, o que
tenho, o que posso, tudo coloco em Vossas mãos. Edificai Vós, Senhor,
com o pouco que sou. Pelos méritos de Vosso Filho, transformai-me,
Deus Altíssimo. Peço-Vos por minha família, por meus benfeitores, por
cada membro de nosso Apostolado, por todas as pessoas que nos
combatem, por aqueles que se encomendam às minhas pobres orações...
Ensinai-me a pôr meu coração no chão para que o caminhar deles seja
menos penoso.» Assim rezavam os santos, assim desejo que façais”.
É que assim pede Jesus, que coloquemos o coração no chão para que os outros
não sintam a dureza, mas que os aliviemos com a dor daquele pisão. Anos depois
li um livrinho de orações de um Santo a quem muito quero: Josemaría Escrivá de
Balaguer – e ali pude encontrar uma oração parecida com a que me ensinava a
Virgem. Talvez esse Santo a quem me encomendo agradava à Virgem Santíssima
com aquelas orações.
Logo começaram a ficar em pé umas figuras que nunca tinha visto antes. Era
como se ao lado de cada pessoa que estava na Catedral, saísse outra pessoa, e o
lugar se encheu de uns personagens jovens, belos. Vestiam-se com túnicas muito
brancas e foram saindo até o corredor central, dirigindo-se para o Altar.
Disse nossa Mãe: “Observa, são os Anjos da Guarda de cada uma das pessoas
que estão aqui. É o momento em que vosso Anjo da Guarda leva vossas oferendas
e pedidos ante o Altar do Senhor.”
Naquele momento eu estava completamente assombrada, porque esses seres
tinham rostos tão formosos, tão radiantes como não se pode imaginar. Tinham
rostos muito lindos, quase femininos, no entanto a compleição de seus corpos, suas
mãos, sua estatura, era de homens. Os pés descalços não pisavam o solo, mas era
como se deslizassem, escorregassem. Aquela procissão era muito bonita.
Alguns deles tinham como uma fonte de ouro com algo que brilhava muito com
uma luz branco-dourada; disse a Virgem: “São os Anjos da Guarda das pessoas
que estão oferecendo esta Santa Missa por muitas intenções, aquelas pessoas que
estão conscientes do que significa esta celebração, aquelas que têm algo a oferecer
ao
Senhor...”
“Oferecei neste momento..., oferecei vossas penas, vossas dores, vossos sonhos,
vossas tristezas, vossas alegrias, vossos pedidos. Lembrai-vos de que a Missa tem
um valor infinito, portanto, sede generosos em oferecer e em pedir.”
Atrás dos primeiros Anjos vinham outros que nada tinham nas mãos, levavamnas
vazias. Disse a Virgem: “São os Anjos das pessoas que, estando aqui, nunca
oferecem nada, que não têm interesse em viver cada momento litúrgico da Missa e
não têm oferecimentos para levar ante o Altar do Senhor.”
Por último iam outros Anjos que estavam meio tristonhos, com as mãos unidas
em oração mas com os olhos baixos. “São os Anjos da Guarda das pessoas que,
estando aqui, não estão, isto é, das pessoas que vieram forçadas, que vieram por
obrigação, mas sem nenhum desejo de participar da Santa Missa. E os Anjos vão
tristes porque não têm o quê levar diante do Altar, salvo suas próprias orações.”
“Não entristeçais o vosso Anjo da Guarda... Pedi muito, pedi pela conversão dos
pecadores, pela paz do mundo, por vossos familiares, vossos vizinhos, por aqueles
que se encomendam a vossas orações. Pedi, pedi muito, não somente por vós, mas
pelos outros.”
“Lembrai-vos de que o oferecimento que mais agrada ao Senhor é quando
ofereceis a vós mesmos como holocausto, para que Jesus, ao descer, vos
transforme por Seus próprios méritos. Que tendes a oferecer ao Pai por vós
mesmos? O nada e o pecado; mas ao vos oferecer unidos aos méritos de Jesus,
esse oferecimento é agradável ao Pai.”
Aquele espetáculo, aquela procissão era tão bela, que dificilmente seria
comparável a outra. Todas aquelas criaturas celestes fazendo uma reverência
diante do Altar, umas deixando sua oferenda no chão, outras prostrando-se de
joelhos com o rosto quase ao solo e, assim que ali chegavam, desapareciam de
minha vista.
Chegou o momento final do Prefácio e quando a assembléia dizia: “Santo,
Santo, Santo”, imediatamente tudo o que estava atrás dos celebrantes
desapareceu. Do lado esquerdo do senhor Arcebispo para trás, em forma diagonal,
apareceram milhares de Anjos, pequenos, Anjos grandes, Anjos com asas imensas,
Anjos com asas pequenas, Anjos sem asas, como os anteriores; todos vestidos com
umas túnicas como as albas brancas dos sacerdotes ou dos coroinhas.
Todos se ajoelhavam com as mãos unidas em oração e em reverência
inclinavam a cabeça. Escutava-se uma música maravilhosa, como se fossem
numerosíssimos
coros com vozes diferentes e todos diziam em uníssono com o povo: Santo, Santo,
Santo…
Havia chegado o momento da Consagração, o momento do mais maravilhoso
Milagre... Do lado direito do Arcebispo para trás, também em forma diagonal, uma
multidão de pessoas vestia túnicas em tons pastel: rosa, verde, azul, lilás, amarelo;
enfim, de diferentes cores suaves. Seus rostos também eram luminosos, cheios de
alegria, pareciam ter todos a mesma idade. Podia-se ver (e não consigo dizer
como) que havia pessoas de diferentes idades, mas todos se assemelhavam nos
rostos, sem rugas, felizes. Todos também se ajoelhavam no canto de “Santo,
Santo, Santo, é o Senhor...”
Disse Nossa Senhora: “São todos os Santos e Bem-aventurados do céu, e entre
eles também estão os vossos antepassados que já gozam da Presença de Deus”.
Então eu A vi. Ali justamente à direita do senhor Arcebispo... um passo atrás do
celebrante, estava um pouco suspensa acima do solo, ajoelhada sobre tecidos
muito finos, transparentes mas luminosos, como água cristalina, a Santíssima
Virgem, com as mãos unidas, olhando atenta e respeitosamente para o celebrante.
Falava-me dali, mas silenciosamente, diretamente ao coração, sem olhar para mim.
“Chama a tua atenção o fato de Me ver um pouco atrás do Monsenhor, não é
verdade? Assim deve ser... Com todo o amor que Me tem o Meu Filho, não
Me deu a dignidade que dá a um sacerdote de poder trazê-Lo em Minhas
mãos diariamente, como o fazem as mãos sacerdotais. Por isso sinto tão
profundo respeito por um sacerdote e por todo o milagre que Deus realiza através
dele, que Me obriga a ajoelhar-Me aqui.”
Deus meu, quanta dignidade, quanta graça derrama o Senhor sobre as almas
sacerdotais e nem nós, talvez nem muitos deles estejam conscientes disso!
Diante do altar, começaram a sair umas sombras de pessoas de cor cinza que
levantavam as mãos para cima. Disse a Virgem Santíssima: “São as almas benditas
do Purgatório que estão à espera das vossas orações para se refrescarem. Não
deixeis de rezar por elas. Pedem por vós, mas não podem pedir por elas mesmas,
sois vós que deveis pedir por elas para ajudá-las a sair para encontrarem-se com
Deus e Dele gozar eternamente”.
“Vê, aqui estou o tempo todo... As pessoas fazem peregrinações e procuram os
lugares de Minhas aparições, e é bom por todas as graças que ali recebem, mas em
nenhuma aparição, em nenhum lugar estou mais tempo presente do que na Santa
Missa. Ao pé do Altar onde se celebra a Eucaristia, sempre ireis encontrar-Me; ao
pé do Sacrário permaneço com os Anjos, porque estou sempre com Ele”.
Ver esse rosto formoso da Mãe naquele momento do “Santo”, igual a todos eles,
com o rosto resplandecente, com as mãos juntas à espera daquele milagre que se
repete continuamente, era estar no próprio céu. E pensar que há gente,
pessoas que ficam nesse momento distraídas, falando... Com pesar digo
que há muitos homens, mais do que mulheres, que de pé cruzam os
braços como se rendessem homenagem ao Senhor de pé, de igual para
igual.
Disse a Virgem: “Diz ao ser humano, que nunca um homem é mais homem do
que quando dobra os joelhos diante de Deus”.
O celebrante disse as palavras da “Consagração”. Era uma pessoa de estatura
normal, mas imediatamente começou a crescer, a ficar cheio de luz, uma luz
sobrenatural entre branca e dourada o envolvia e se fazia muito forte no rosto, de
modo que não podia ver seus traços. Quando elevava a hóstia vi suas mãos e elas
tinham umas marcas no dorso, das quais saía muita luz. Era Jesus!... Era Ele que
com Seu Corpo envolvia o do celebrante como se rodeasse amorosamente as
mãos do senhor Arcebispo. Nesse momento a Hóstia começou a crescer e crescer,
enorme, e nela, o Rosto maravilhoso de Jesus olhando para Seu povo.
Por instinto quis baixar a cabeça e Nossa Senhora disse: “Não baixes os olhos,
levanta-os, contempla-O, cruza olhares com Ele e repete a oração de Fátima:
Senhor, eu creio, adoro, espero e Vos amo; peço-Vos perdão por aqueles
que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam. Perdão e
Misericórdia... Agora diz a Ele o quanto O amas, rende homenagem ao Rei dos
reis”.
Como disse, parecia que a enorme Hóstia olhava somente para mim, mas soube
que assim contemplava cada pessoa, cheio de amor... Logo abaixei a cabeça até
ter a testa no chão, como faziam todos os Anjos e bem-aventurados do Céu. Por
uma fração de segundo talvez, pensei o que era aquilo, que Jesus tomava o corpo
do celebrante e ao mesmo tempo estava na Hóstia que, quando o celebrante
baixava, tornava-se novamente pequena. Eu tinha as faces cheias de lágrimas, não
podia sair de meu assombro.
Imediatamente o Monsenhor disse as palavras da consagração do vinho e, junto
com suas palavras, começaram uns relâmpagos no céu e ao fundo. A igreja não
tinha teto nem paredes, estava tudo escuro, somente aquela luz brilhante no Altar.
Logo vi, suspenso no ar, Jesus crucificado, da cabeça até a cintura. A haste
transversal da cruz estava sustida por umas mãos grandes, fortes. Do meio daquele
resplendor se desprendeu uma luzinha como de uma pomba muito pequena e
muito brilhante; velozmente, deu uma volta em toda a igreja e foi pousar no ombro
esquerdo do senhor Arcebispo que continuava sendo Jesus, porque eu podia
distinguir Seus cabelos e Suas chagas luminosas, Seu corpo grande, mas não via
Seu Rosto.
Acima, Jesus crucificado estava com o rosto caído sobre o ombro direito. Eu
podia contemplar o rosto e os braços machucados e descarnados. Do lado direito
tinha uma ferida no peito e saía aos borbotões, para a esquerda sangue e à direita
penso que água, mas muito brilhante; eram mais jorros de luz que se iam dirigindo
para os fiéis, movendo-se à direita e à esquerda. Espantava-me a quantidade de
sangue que fluía para dentro do Cálice! Pensei que iria transbordar e manchar todo
o Altar, mas não caiu uma só gota!
Nesse momento, disse a Virgem: “Este é o milagre dos milagres; já te disse, para
o Senhor não existe tempo nem distância e, no momento da consagração, toda a
assembléia é transportada ao pé do Calvário no instante da crucificação de Jesus”.
Alguém pode imaginar isso? Nossos olhos não podem ver, mas estamos todos
lá, no momento em que O estão crucificando e Ele está pedindo perdão ao Pai,
não somente por aqueles que O matam, mas por cada um de nossos pecados:
“Pai, perdoai-os, não sabem o que fazem!”
A partir daquele dia, não me importa se me tomam por louca, mas peço a todos
que se ajoelhem, que tratem de viver com o coração e toda a sensibilidade de que
são capazes, aquele privilégio que o Senhor nos concede.
Quando íamos rezar o Pai Nosso, o Senhor falou pela primeira vez durante a
celebração, e disse: “Espero, quero que rezes com a maior profundidade que sejas
capaz, e que neste momento, tragas a tua memória a pessoa ou as pessoas que
mais mal te hajam feito durante tua vida, para que as abraces junto a teu peito e
lhes digas de todo coração: “Em Nome de Jesus eu te perdôo e te desejo a
paz. Em Nome de Jesus te peço perdão e desejo minha paz.” Se essa
pessoa merecer a paz, recebê-la-á e lhe fará muito bem; se essa pessoa não for
capaz de se abrir para a paz, essa paz voltara ao teu coração. Mas não quero que
recebas e dês a paz a outras pessoas quando não fores capaz de perdoar e sentir
essa paz primeiro em teu coração.”
“Cuidado com o que fazeis” – continuou o Senhor – “Vós repetis no Pai Nosso:
perdoai-nos assim como perdoamos a quem nos têm ofendido. Se vós sois capazes
de perdoar mas não esquecer, como alguns dizem, estais condicionando o perdão
de Deus. Estais dizendo: perdoa-me somente como eu sou capaz de perdoar, e não
mais que isso.”
Não sei como explicar minha dor, ao compreender o quanto podemos ferir ao
Senhor e quanto podemos ferir a nós mesmos com tantos rancores, sentimentos
maus e coisas feias que nascem dos complexos e das suscetibilidades. Perdoei,
perdoei de coração e pedi perdão a todos os que me haviam machucado alguma
vez, para sentir a paz do Senhor.
O celebrante dizia: “...dai-nos a paz e a unidade”... e então: “a paz do Senhor
esteja convosco...”
Imediatamente vi que entre algumas pessoas que se abraçavam (não todas),
aparecia uma luz muito intensa; soube que era Jesus e praticamente me atirei para
abraçar a pessoa que estava ao meu lado. Pude sentir verdadeiramente o abraço
do Senhor nessa luz, era Ele que me abraçava para me dar Sua paz, porque nesse
momento eu havia sido capaz de perdoar e de tirar de meu coração toda dor que
sentia contra outras pessoas. É isso o que Jesus quer, compartilhar esse momento
de alegria abraçando-nos para desejar-nos Sua Paz.
Chegou o momento da comunhão dos celebrantes e voltei a notar a presença de
todos os sacerdotes junto ao Monsenhor. Quando ele comungava, disse a Virgem:
“Este é o momento de pedir pelo celebrante e por todos os sacerdotes que o
acompanham; repete Comigo: Senhor, bendizei-os, santificai-os, ajudai-os,
purificai-os, amai-os, cuidai e sustentai-os com Vosso Amor... Lembrai de
todos os sacerdotes do mundo, rezai por todas as almas consagradas...”
Queridos irmãos, esse é o momento em que devemos pedir porque eles são
Igreja, como também somos nós os leigos. Muitas vezes os leigos exigimos muito
dos sacerdotes, mas somos incapazes de rezar por eles, de entender que são
pessoas humanas, de compreender e avaliar a solidão que muitas vezes pode
rodear um sacerdote.
Devemos compreender que os sacerdotes são pessoas como nós e que precisam
de compreensão, cuidado, que precisam de afeto, atenção de nossa parte, porque
estão dando suas vidas por cada um de nós, como Jesus, consagrando-se a Ele.
O Senhor quer que as pessoas do rebanho que Deus lhe recomendou,
rezem e ajudem na santificação de seu Pastor. Algum dia, quando
estivermos do outro lado, compreenderemos a maravilha que o Senhor
fez ao nos dar sacerdotes que nos ajudem a salvar nossas almas.
As pessoas começaram a sair dos bancos para ir comungar. Havia chegado o
grande momento do encontro, da “Comunhão”; o Senhor me disse: “Espera um
momento, quero que observes algo...” por um impulso interior levantei os olhos
até a pessoa que ia receber a comunhão na língua, das mãos do sacerdote.
Devo esclarecer que esta pessoa era uma das senhoras de nosso grupo que na
noite anterior não tinha conseguido se confessar e o fez naquela manhã, antes da
Santa Missa. Quando o sacerdote colocava a Sagrada Forma sobre sua língua,
como um flash de luz, aquela luz muito branco-dourada atravessou essa pessoa
pelas costas primeiro e foi pelos lados nas costas, nos ombros e na cabeça. Disse o
Senhor:
“É assim que Me comprazo em abraçar uma alma que vem com o coração
limpo para Me receber”.
O tom da voz de Jesus era de uma pessoa feliz. Eu estava atônita vendo essa
amiga voltar para seu banco rodeada de luz, abraçada pelo Senhor, e pensei na
maravilha que perdemos tantas vezes por ir com nossas pequenas ou grandes faltas
receber Jesus, quando deve ser uma festa.
Muitas vezes dizemos que não há sacerdotes para confessar-se a todo momento,
e o problema está em outro lado: o problema está em nossa facilidade para voltar
a cair no mal. Por outro lado, assim como nos esforçamos para encontrar um salão
de beleza ou os senhores um barbeiro quando temos uma festa, temos que nos
esforçar também em procurar um sacerdote quando precisamos que tire todas
essas coisas sujas de nós, mas não ter a desfaçatez de receber a Jesus em qualquer
momento com o coração cheio de coisas feias.
Quando me dirigia para receber a comunhão, Jesus repetia: “A última ceia foi o
momento de maior intimidade com os Meus. Nessa hora do amor, instaurei o que
diante dos olhos dos homens poderia ser a maior loucura: fazer-me prisioneiro do
Amor. Instaurei a Eucaristia. Quis permanecer convosco até a consumação dos
séculos, porque Meu Amor não podia suportar que ficassem órfãos aqueles a quem
amava mais do que a Minha vida...”
Recebi aquela Hóstia, que tinha um sabor diferente, era uma mistura de sangue
e incenso que me inundou inteira. Sentia tanto amor que me corriam as lágrimas
sem poder detê-las...
Quando cheguei ao meu banco, ao ajoelhar-me disse o Senhor: “Escuta...” E
num instante comecei a escutar dentro de mim as orações de uma senhora que
estava sentada à minha frente e que acabava de comungar.
O que ela dizia sem abrir a boca era mais ou menos assim: “Senhor, lembra-te
que estamos no final do mês e que não tenho dinheiro para pagar o aluguel, a
mensalidade do automóvel, a escola das crianças, tens que fazer algo para me
ajudar... Por favor, faz com que meu marido deixe de beber tanto, não posso
suportar mais suas bebedeiras e meu filho menor vai perder o ano outra vez se não
o ajudares, ele tem provas nesta semana....... E não te esqueças da vizinha que
precisa se mudar de casa, que se mude de uma vez porque eu não a agüento...
etc., etc.”
Logo o senhor Arcebispo disse: “Oremos” e obviamente toda a assembléia se
pôs de pé para a oração final. Jesus disse em um tom triste: “Percebeste? Nem
uma só vez Me disse que Me ama, nem uma só vez agradeceu o dom que lhe fiz de
baixar Minha Divindade até sua pobre humanidade, para elevá-la até Mim. Nem
uma só vez disse: obrigada, Senhor. Foi uma ladainha de pedidos... e assim são
quase todos os que vêm Me receber.”
“Morri por amor e estou ressuscitado. Por amor espero a cada um de vós e por
amor permaneço convosco..., mas vós não percebeis que preciso de vosso amor.
Lembrai que sou o Mendigo do Amor nesta hora sublime para a alma.”
Percebeis que Ele, o Amor, está pedindo nosso amor e não o damos? E mais,
evitamos ir a esse encontro com o Amor dos Amores, com o único amor que se dá
em permanente oblação.
Quando o celebrante ia dar a bênção, a Santíssima Virgem disse: “Atenção,
cuidado... Vós fazeis um rabisco em lugar do sinal da Cruz. Lembra que esta
bênção pode ser a última que recebes em tua vida, das mãos de um sacerdote. Tu
não sabes se, saindo daqui, vais morrer ou não, e não sabes se terás a
oportunidade de que outro sacerdote te dê uma bênção. Essas mãos consagradas
estão te dando a bênção em Nome da Santíssima Trindade, portanto, faz o sinal da
Cruz com respeito e como se fosse o último de tua vida.”
Quantas coisas perdemos ao não compreender e não participar todos os dias da
Santa Missa! Por que não fazer um esforço de começar o dia meia hora antes para
correr à Santa Missa e receber todas as bênçãos que o Senhor quer derramar sobre
nós?
Estou consciente de que nem todos, por suas obrigações, podem fazê-lo
diariamente, pelo menos duas ou três vezes por semana sim, e no entanto tantos se
esquivam da Missa do domingo com o pequeno pretexto de que têm uma criança
pequena ou duas ou dez e portanto não podem assistir à Missa... Como fazem
quanto têm outro tipo de compromissos importantes? Levam todos os filhos ou se
revezam e o esposo vai uma hora e a esposa outra hora, mas cumprem o
compromisso com Deus.
Temos tempo para estudar, para trabalhar, para nos divertir, para descansar,
mas NÃO TEMOS TEMPO PARA IR AO MENOS NO DOMINGO À SANTA
MISSA.
Jesus me pediu que ficasse com Ele ainda uns minutos depois de terminada a
Missa. Ele disse:
“Não saiais às pressas assim que terminada a Missa; ficai um momento em
Minha Companhia, desfrutai dela e deixai-Me desfrutar da vossa...”
Eu tinha ouvido alguém dizer, quando era criança, que o Senhor permanecia
conosco até uns 5 ou 10 minutos depois da comunhão. Perguntei a Ele nesse
momento:
– Senhor, na verdade, quanto tempo permaneces conosco depois da
comunhão?
Suponho que o Senhor deve ter rido de minha tolice, pois respondeu: “Todo o
tempo que quiseres ter-Me contigo. Se me falares o dia todo, dedicando-me umas
palavras durante tuas tarefas, Eu te escutarei. Eu estou sempre convosco, sois vós
que Me deixais. Vós saís da Missa e acabou o dia de guarda, cumpriram a
obrigação com o dia do Senhor e fim, não pensais que gostaria de compartilhar de
vossa vida familiar, ao menos nesse dia.”
“Vós tendes em vossas casas um lugar para tudo e um cômodo para cada
atividade: um para dormir, outro para cozinhar, outro para comer, etc. etc. Qual é
o lugar que fizestes para Mim? Deve ser um lugar não apenas onde tendes uma
imagem que está empoeirada o tempo todo, mas um lugar onde ao menos 5
minutos por dia a família se reúna para agradecer pelo dia, pelo dom da vida, para
pedir por suas necessidades do dia, pedir bênçãos, proteção, saúde... Tudo tem um
lugar em vossas casas, menos Eu”.
“Os homens programam seu dia, sua semana, seu semestre, suas férias, etc.
Sabem que dia vão descansar, que dia ir ao cinema ou a uma festa, visitar a avó ou
os netos, os filhos, os amigos, suas diversões. Quantas famílias dizem uma vez ao
mês, pelo menos: “Este é o dia em que visitamos Jesus no Sacrário” e vem toda a
família conversar Comigo, sentar-se diante de Mim e conversar Comigo, contar-Me
como foram desde a última visita, contar-Me os problemas, as dificuldades que
têm, pedir-Me o que precisam... Fazer-Me participar de suas coisas? Quantas
vezes?”
“Eu sei tudo, leio até o mais profundo de vossos corações e mentes, mas Me
agrada que Me conteis vós mesmos vossas coisas, que Me participeis como a um
familiar, como ao amigo mais íntimo. Quantas graças perde o homem por não Me
dar um lugar em sua vida!”
Quando fiquei aquele dia com Ele e em muitos outros dias, Ele nos passou
vários ensinamentos e hoje quero compartilhar convosco nesta missão que me
deram. Jesus disse:
“Quis salvar Minha criatura, porque o momento de vos abrir a porta do céu foi
concebido com demasiada dor...”
“Lembra que nenhuma mãe alimentou a seu filho com sua carne; Eu cheguei a
esse extremo de Amor para vos comunicar meus méritos.”
“A Santa Missa sou Eu mesmo prolongando a Minha vida e Meu sacrifício na
Cruz entre vós. Sem os méritos de Minha vida e de Meu sangue, que tendes para
apresentar-vos diante do Pai? O nada, a miséria e o pecado...”
“Vós deveríeis exceder em virtude aos Anjos e Arcanjos, porque eles não têm a
dita de Me receber como alimento, e vós sim. Eles bebem uma gota do manancial,
mas vós que tendes a graça de Me receber, tendes todo o oceano para beber.”
Outra coisa que o Senhor disse com dor foi sobre as pessoas que fazem de
seu encontro com Ele um hábito. Daquelas que perderam o assombro de
cada encontro com Ele. Que a rotina torna certas pessoas tão tíbias, que
não têm nada novo para dizer a Jesus ao recebê-Lo. Das não poucas
almas consagradas que perdem o entusiasmo de se enamorar pelo
Senhor e fazem de sua vocação um ofício, uma profissão à qual não se
entregam mais do que lhe é exigido, mas sem sentimento...
Depois o Senhor me falou dos frutos que cada comunhão deve dar em nós. É
que acontece que há muita gente que recebe o Senhor diariamente e que não
muda de vida. Que tem muitas horas de oração e faz muitas obras, etc. etc. Mas
sua vida não se vai transformando, e uma vida que não vai se transformando não
pode dar verdadeiros frutos para o Senhor. Os méritos que recebemos na
Eucaristia devem dar frutos de conversão em nós e frutos de caridade para com
nossos irmãos.
Os leigos temos um papel muito importante dentro de nossa Igreja, não temos
nenhum direito de nos calar diante do envio que o Senhor nos faz, como a todo
batizado, para ir anunciar a Boa Nova. Não temos nenhum direito de absorver
todos estes conhecimentos e não os dar aos outros e permitir que nossos irmãos
morram de fome tendo conosco tanto pão em nossas mãos.
Não podemos ver que nossa Igreja esteja desmoronando, porque estamos
cômodos em nossas Paróquias, em nossas casas, recebendo e recebendo tanto do
Senhor. Sua Palavra, as homilias do sacerdote, as peregrinações, a Misericórdia de
Deus no Sacramento da Confissão, a união maravilhosa com o alimento da
comunhão, as palestras destes e daqueles pregadores.
Em outras palavras, estamos recebendo tanto e não temos a coragem de sair de
nossas comodidades, de ir a uma prisão, a um instituto correcional, falar ao mais
necessitado, dizer-lhe que não se entregue, que nasceu católico e que sua Igreja
precisa dele, ali, sofredor, porque essa sua dor vai servir para redimir a outros,
porque esse sacrifício vai lhe ganhar a vida eterna.
Não somos capazes de ir onde estão os doentes terminais nos hospitais e,
rezando o terço da Divina Misericórdia, ajudá-los com nossa oração nesse
momento de luta entre o bem e o mal, para livrá-los das armadilhas e tentações do
demônio. Todo moribundo tem medo e, só tomar a mão de um deles e falar-lhe
do amor de Deus e da maravilha que o espera no Céu junto a Jesus e Maria, junto
aos seus entes queridos que partiram, já os reconforta.
O momento que estamos vivendo não admite filiações com a indiferença.
Temos que ser a grande mão dos nossos sacerdotes para ir onde eles não podem
chegar. Mas para isso, para ter a coragem, devemos receber Jesus, viver com
Jesus, alimentarmo-nos de Jesus.
Temos medo de nos comprometer um pouco mais e, quando o Senhor diz:
“Buscai primeiro o Reino de Deus e tudo o mais lhe será acrescentado”,
é tudo, irmãos! É buscar o Reino de Deus por todos os meios e com todos os meios
e... abrir as mãos para receber TUDO por acréscimo; porque é o Patrão que
melhor paga, o único que está atento a tuas menores necessidades!